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LEITORES 30 MINUTOS COM UM ESTRANHO

LEITORES 30 MINUTOS COM UM ESTRANHO

26/10/2010

Em Busca de uma Família Perfeita

Hoje resolvi contar a minha porque já não tenho com quem dividi-la.
Moro no Japão e com 15 anos, comecei a namorar e engravidei aos 18.
Mas... Minhas brigas eram muito freqüentes. Minha melhor amiga para ajudar foi e começou ter um caso com meu namorado.
Eu, inocentemente contava a ela tudo o que acontecia na minha casa.Amiga, modo de falar, pois quem tem uma amiga como essa não precisa nem de inimigos.Quando descobri, meu mundo caiu.
Mas... Mesmo grávida terminei tudo.Sofri, pois era meu sonho ser mãe e essas coisas que para alguns homem às vezes não tem importância, para mim tinha muito.
Sentia falta de um beijo em minha barriga, de conversar com meu bebê, enfim uma gravidez que sempre sonhava que para muitos não vale nada, mas que para mim tinha uma importância enorme.
Assim, resolvi terminar com o pai da minha filha. Passaram-se um ano e conheci um rapaz que aos meus olhos era perfeito: gostava da minha filha, tratava-me como uma rainha. Ficamos juntos durante seis meses e acabei engravidando novamente; só que eu não sabia que ele era casado e que sua esposa havia ido ao Brasil para ganhar bebê.
Quando fiquei sabendo da gravidez, fiquei feliz, mas ao mesmo tempo temia com a reação dele.
Liguei para ele dizendo que queria conversar com ele. Ele também disse que queria me contar algo muito importante.
Encontramos-nos e ele já estava frio comigo. Estranhei e perguntei o que era.
-Fala você primeiro! – ele falou.
- Estou grávida.
Ao dar essa notícia, vi nos olhos dele a resposta “o que foi que eu fiz.”.
Ele não falou nada. Simplesmente falou para mim:
- Sou casado! Minha esposa chega amanha.
- Como assim? – perguntei sem entender.
Ele me explicou com muita raiva o deixei falando sozinho. Chorei bastante, a primeira coisa que passou na minha cabeça, foi abortar.
Mas... Com a graça de Deus, minha família me apoiou e disse que me ajudaria cria-lo.
Depois que o neném nasceu ele me procurou dizendo que havia contado para sua esposa e que ela não o queria. Ele falou para nós voltarmos.
Nem respondi, simplesmente desliguei o telefone.Eu ainda estava apaixonada por ele, mas consegui ser forte e firme na minha decisão.
Dois anos depois curti muito. Comecei a viver uma vida totalmente diferente, que até então eu achava que não existia.
Não conseguia me apaixonar e nem gostar de ninguém. Tinha me tornado fria... Até que conheci um homem dez anos mais velho do que eu.
Acabei ficando com ele. E este me convenceu pela persistência e claro, pela reciprocidade do amor com meus filhos... Meus filhos até o chama de papai. A mais velha sabe que é papai só do coração. O meu filho não. Tento explicar que o papai dele é outro, mas não tem jeito.
Enfim, depois de quase um ano e meio resolvemos morarmos juntos.
Começaram as brigas... “Não podia fazer isso, não podia usar aquilo, não podia falar com fulano...”.
Brigávamos praticamente todos os dias, mas eu queria muito que desse certo. Insistia e persistia na relação.
Até que maneramos nas brigas, mas não durou muito tempo para as brigas se tornarem e ele ficar muito ciumento.
Resolvi dar um basta com oito meses morando juntos.
Arrumei minhas coisas e voltei a morar com meus pais.
Com três semanas descubro que estou grávida. Novamente minha casa caiu.
Contei para ele e ele ficou muito feliz. Pediu uma nova chance e eu aceitei.
Voltamos. Duraram três meses para voltarem as brigas.
A implicância era porque eu não engordava, achava que fazia regime (absurdo).Ele queria que ficasse enorme,cheia de estria, assim ninguém mas olharia para mim.
Só que caiu do cavalo porque em todas as minhas gravidezes eu engordo só o necessário (e olha que eu comia );dizia que se o neném nascesse com problema, a culpa seria minha(pessoa doente).
Eu com oito meses. Ele me perde o emprego, mas ficou até o final da minha gravidez comigo. Ficamos em paz, as coisas começaram a mudar.
O nenê nasceu lindo e saudável para mim estava tudo bem até os dez dias da vida do neném.
Nossa, estava me sentido que estava como sempre sonhei. Uma família em paz.
Arrumei emprego para ele, mas pra que?
No primeiro pagamento se transformou. Não queria fazer mais nada.
Começaram as brigas serem mais constantes.
Começou a deixar faltar coisas dentro de casa, mas eu sempre ali para manter a família.
Acordava três vezes de madrugada para amamentar meu bebê. Já fazia comida para ele seis horas da manhã para ele levar.
Muito cansativo, para depois ele me falar que tudo o que faço não passa de uma obrigação minha.
Arrumei minhas coisas enquanto ele trabalhava e voltei para a casa dos meus pais, que graças a Deus sempre me ajudaram e me apoiaram.
Com tudo isso, perdi contatos com minhas amigas. Não tenho com quem conversar.
Hoje estou aqui com 26 anos nessa vida, com três filhos de pais diferentes.
Vejo isso como uma vergonha. Amo meus filhos demais; acho que se não fosse eles não teria agüentado tanto chumbo.
Estou eu aqui sofrendo por uma pessoa que não merece. Mas... Mantendo-me firme, para não procurá-lo.
Está sendo muito difícil... Choro todas as noites, mas vou superar!
É tão simples o que queria... Uma família feliz. Não precisava ser perfeita, mas que fosse feliz.

(Merari Tavares, 2009, Histórias da Vida)

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