O Mundo dos Escritores
A angústia que o escritor vive não é uma fase. Mas, está instrisicamente ligada nele, assim como a melancolia. O fato é que, em determinados momentos ela salienta-se como uma ferida mal-cuidada. Lateja e incomoda os fazendo pensar que estão sendo consumidos e que estão ficando inférteis!
Isso acontece para que não se acomodem. Afinal, escritores acomodados não precisam viver mais. Eles perderiam sua essência! Ao contrário, precisam viver sendo incomodados com as situações, as músicas, frases, palavras e sentimentos. Por isso são seres tão inquietos, com mentes hiper-pensativas. Seres de inquietude angustiante. Seres que não param.
E qual o porquê de habitar a estática madrugada? Qual a graça em seres tão agitados habitarem tão silenciosa noite? Talvez porque nela, quando tudo pára, eles continuam. Seus pensamentos e conclusões quebram a quietude da noite, e suas músicas rasgam o seu silêncio. Ficam a observar o vazio das ruas, como quem deseja que as idéias caminhem no lugar onde pisantes outrora ocupavam. Ficam à espera de uma revelação, de uma epifania porvir.
O mundo em que vivem é igual ao dos demais, mas freqüentam um outro mundo inabitado, meio vazio, pouco concorrido. O mundo das idéias, o mundo das indagações. Um mundo onde conseguem se encontrar e descobrirem mais um pouco de si. Habitam esse mundo solitário, viram madrugadas sozinhos, tomam cafés fumegantes. Vivem à noite, vasculham o dia. Dormem sempre que podem, escrevem quando conseguem e pensam sem parar. Passam o tempo em busca das respostas – as quais todos se interessam, mas que preferem não saber.
Apesar de solitários, os escritores nunca estão sozinhos; os elementos noturnos aderem à sua angústia, movimentam seus dedos e os fazem perfeita companhia. São as estrelas observadoras, a brisa mensageira, o cheiro doce e gelado da noite. A serenidade noturna instiga a inquietude, o saxofone revira a mente em busca de inspiração, a acolhedora noite fria reserva idéias, contando pedaços de história e, os atentos olhos de Deus pairam sobre a inquieta mente, em silêncio. Cada elemento da madrugada faz companhia a esses marcianos escritores solitários.
O escritor vive uma vida isolada, um mundo paralelo e particular. Porém, eles não são apenas escritores! São pensadores. Solitários andarilhos estigmaizados que não se acostumam com o lugar-comum deste mundo. Que encontraram a melhor das armas para lutar – as palavras; e encontraram também o melhor campo de batalha – a mente. Eles não escrevem apenas. Eles vão além! Conseguem ser livres onde a maioria é presa. Podem ser acorrentados, mas jamais silenciados. Podem ser esmagados, mas jamais aniquilados.Se as palavras um dia lhe faltarem, jamais lhe secarão os pensamentos! Mas, se a constante angústia do escritor for triste aos olhos do leitor, e sua vida no mundo das idéias lhe parecer desinteressante, cuidado! Pois o viver preso na mente é auto-sacrifício e ser dependente da aprovação alheia é escravidão!
Pensadores são seres solitários, incompreendidos, angustiados, mas é o preço que pagam por serem indescritivelmente livres e tranquilos para pensar a vida. Loucos – pode-se pensar – completamente insanos! Mas, são atores no palco da sua própria existência. E, não meros espectadores(…)!
Fonte:http://letraseflores.wordpress.com/2007/08/25/o-mundo-dos-escritores/
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